terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Uso do "eu" e do "mim"

O uso dos pronomes pessoais "mim" e "eu" quebram a cabeça de vários alunos. Em uma frase como, por exemplo, "Entre ____ e ela não há mais nada." muitos preencheriam a lacuna com o pronome pessoal reto "eu", o que ocorreria em fuga à norma padrão. A seguir, vejamos uma reflexão sobre o funcionamento dos pronomes pessoais.

Primeiramente, há de se familiarizar com o conceito de pronome. Existem dois tipos de pronomes: (i) pronomes substantivos; (ii) pronomes adjetivos. Aqueles substituem um substantivo e, por isso, podem exercer qualquer uma de suas funções (sujeito, núcleo do objetivo direto e indireto, núcleo do aposto etc). Já estes apenas acompanham o substantivo, caracterizando-o.

Agora sobre a classificação dos pronomes. Eles podem ser: (i) pessoais; (ii) demonstrativos; (iii) indefinidos; (iv) possessivos; (v) relativos; (vi) interrogativos. Entender a diferença entre as classificações é fundamental para realizar o uso adequado desses complexos elementos da língua brasileira.
Como o foque desta postagem é o Pronome Pessoal, dar-se-á ênfase neste. O Pronome Pessoal é aquele que substitui o substantivo (portanto, pode exercer qualquer função deste) e indicam a pessoa do discurso. Além disso, ele é dividido em dois grupos: (i) retos e (ii) oblíquos. Essa divisão é extremamente importante para entender o uso desses pronomes.

  • Pronome Pessoal Reto
É aquele que exerce o papel de sujeito em uma oração. Ou seja, qualquer pronome pessoal do caso reto somente pode exercer o papel de sujeito. 

  • Pronome Pessoal Oblíquo
Diferentemente do Reto, é aquele que exerce o papel de complemento em uma oração. Ou seja, qualquer pronome pessoal do caso oblíquo somente pode exercer o papel de complemento.

Somente por essa definição podemos utilizar corretamente os pronomes "mim" e "eu". Trata-se do uso de pronome pessoal oblíquo (complemento) e pronome pessoal reto (sujeito), respectivamente.

Logo, o pronome "eu" - por ser do caso reto - somente pode exercer a função de sujeito, enquanto o pronome "mim" - por ser do caso oblíquo - somente pode exercer a função de complemento. 
Analisando o exemplo inicial, temos:

Entre ____ e ela não há mais nada

Primeiramente, deve-se notar que, além de a frase estar na ordem inversa, ela possui apenas predicado. Colocando-a na ordem direta, é possível observar isso mais facilmente:

Não há mais nada entre ___ e ela

Note que há apenas o verbo e o seu complemento. Não há sujeito nessa frase. Logo, como a lacuna faz parte do complemento, e o pronome que realiza a função a função de complemento é o oblíquo, é esse pronome que deverá ser usado. Ou seja, segundo a norma padrão, o mais adequado seria:

Entre mim e ela não há mais nada

Agora, segue um outro exemplo:

Para ____ passar no concurso, devo estudar!

Essa é uma organização oracional que gera muitos erros. Como estamos acostumados a utilizar um pronome oblíquo tônico depois de proposição, queremos preencher a lacuna com um "mim". Porém, é possível evitar essa inadequação à norma culta apenas analisando se o trecho é o sujeito ou o predicado.

Repare que a lacuna encontra-se no sujeito da oração (quem vai passar no concurso?). Logo, ela deve ser completada por um pronome que realize a função de sujeito. O pronome pessoal que realiza a função de sujeito é o do caso reto. Então, a lacuna deve ser completada com um pronome pessoal do caso reto. Portanto, pela norma culta, a oração deve ficar da seguinte forma:

Para eu passar no concurso, devo estudar!

Dessa forma, para usar adequadamente um pronome pessoal, basta perceber se este está exercendo na oração papel de sujeito ou complemento. Se exercer papel de sujeito, deve-se usar o pronome do caso reto, se exercer papel de complemento, o pronome do caso oblíquo.

Exercícios de Fixação:

1.Complete com “eu” ou “mim”:

eles chegaram antes de ____ .
há algum trabalho para _____ fazer?
há algum trabalho para _____ ?
ele pediu para _____ elaborar alguns exercícios;
para _____, viajar de trem é uma aventura deliciosa;

2. Assinale a única frase correta quanto ao uso dos pronomes pessoais:

a) você não pode ir sem eu;
b) meu amigo, o diretor quer falar consigo;
c) entre eu e tu não pode haver romance;
d) era para mim encontrar a solução do problema;
e) para mim, jogador de futebol tem que ter raça.

3. Assinale o exemplo que contém mau emprego de pronome pessoal:

a) nada mais há entre mim e ti;
b) nada mais há entre eu e ti;
c) nada mais há entre mim e ela;
d) nada mais há entre ele e você;
e) nada mais há entre ele e ela.

4. Leia atentamente as seguintes frases:

I - João deu o livro para mim ler.
II - João deu o livro para eu ler.

A respeito das frases anteriores, assinale a afirmação correta:

a) a frase I está certa, pois a preposição para exige o pronome oblíquo mim.
b) a frase II está certa¸ pois o sujeito de ler deve ser o pronome do caso reto eu.
c) a frase I está certa, pois mim é objeto direito de deu.
d) a frase II está certa, pois para exige o pronome do caso reto eu.
e) ambas as frases estão corretas, pois a preposição para pode exigir a forma mim quanto a eu.

5.Complete as lacunas com o pronome adequado:

“Este encargo é para _________ assumir sozinho, sem que se repartam as responsabilidades
entre __________ .”

a) mim - eu e ti;
b) mim - mim e tu;
c) mim - mim e ti;
d) eu - eu e ti;
e) eu - mim e ti.


6. Complete as lacunas:

I - de presente, deu-lhe, um livro para _____ ler.
II - de presente, deu um livro para _______ .
III - nada mais há entre _______ e você .
IV - sempre houve entendimentos entre _______ e ti.

Exercícios retirados de: <http://www.portuguesconcurso.com/2009/07/pronomes-exercicios-com-gabarito-ii.html>

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Redação: Legalização da Maconha


A legalização do comércio da maconha gera polêmicas na sociedade atual. Por esse motivo, pode ser difícil dissertar sobre esse assunto. Haja vista isso, seguem algumas dicas de como preparar-se para esse tema:

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Retirado de: http://site.expertise.net.br/maconha/

1) Posicione-se. 

Uma redação sobre a legalização do comércio da maconha possibilita ao autor apenas dois tipos de posicionamentos: ou ele é a favor, ou é contra - nunca fique encima do muro. Defenda sempre um ponto de vista.

(abaixo haverá dicas de argumentação para auxiliar o posicionamento).


2) Argumentatividade

Evite argumentos que possam ser refutados. Seus argumentos devem ser irrefutáveis - ou que, ao menos, seja difícil refutá-lo. Em uma dissertação você deve defender um ponto de vista. Para isso, é preciso argumentar. Um argumento refutável é um argumento falho.

Além disso, tome cuidado com a contradição. Praticamente todas as situações apresentam um lado positivo e um lado negativo. Isso significa que o comércio da maconha possui efeitos negativos e positivos. É importante saber disso, pois, se você está defendendo o comércio, não cite os lados negativos desse posicionamento, ou seja, mantenha apenas o lado positivo. Por outro lado, se você é contra o comércio, não discorra sobre o que ele traz de bom para a sociedade. NÃO SE CONTRADIGA!

3) Esquema

Não se esqueça de que, antes de começar a escrever, é preciso ter um esqueleto do texto. Isso ajuda a não fugir do tema. O esquema é feito, geralmente, a partir de tópicos frasais. Por padrão, uma dissertação deve conter: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Esquematize suas ideias para cada uma dessas partes. Lembre-se de que a Introdução deve conter aproximadamente o mesmo tamanho da Conclusão e que o Desenvolvimento necessita ser dividido em, no mínimo, dois parágrafos, ambos maiores que a Introdução e a Conclusão.


Vamos então ao que nos interessa. Seguem exemplos de argumentos irrefutáveis. Convém lembrar que uma boa dissertação conta com, pelo menos, um argumento para cada desenvolvimento.

a) posicionamento: a favor da legalização da maconha.

  • Argumento 1 -  Erradicação ou, pelo menos, diminuição do tráfico.


A legalização da maconha acarretaria diminuição ou até mesmo erradicação do tráfico da droga. O tráfico só produz lucro, porque existe a procura, mas a comercialização é proibida. Quando a Lei Seca estava em vigor, nos EUA, acontecia o tráfico de bebidas. A partir do momento em que a comercialização foi permitida, o tráfico da bebida não teve mais sentido, diminuindo em um primeiro momento e acabando completamente com o tempo.

  • Argumento 2 - Criação de empregos

Com a legalização, a comercialização não estaria mais na mãos dos traficantes, mas nas de trabalhadores. Isso geraria mais empregos à população.

  • Argumento 3 - Aumento do ônus nacional, por meio de tributação da maconha
Assim como ocorre com qualquer produto nacional, haveria a criação de impostos para a maconha. Com a tributação, o Estado passaria a receber mais dinheiro. Dinheiro que pode ser distribuído para a Educação e Saúde - é dessa forma que o Colorado distribui a arrecadação dos impostos dos produtos feitos a partir da maconha.


b) posicionamento: contra a legalização da maconha.

  • Argumento 1 - Maconha é uma droga viciosa
O vício é um problema mundial. Por ser uma condição psicológica que tem muita força sobre um ser, ele pode acabar com a vida de uma pessoa. Pior do que isso, pode afetar, além do usuário, outras pessoas. Nos noticiários, frequentemente, observamos alguma notícia relacionada ao latrocínio por causa do vício. Existem diversos vícios que que são liberados no Brasil, como: jogos, álcool, tabaco. Eles já causam dificuldades na vida dos brasileiros. Adicionar mais uma possibilidade de vício a esse acervo, poderia ser um erro fatal.

  • Argumento 2 - A maconha pode piorar os quadros psiquiátricos de seus usuários
Apesar de que a maconha possui um efeito complexo e que, em algumas pessoas, há uma melhora do quadro psicológico, não há garantias de que isso aconteça.A possibilidade de agravar um quadro psiquiátrico do usuário atrelado ao vício e à falta de renda para possuí-la poderia facilmente levar o usuário a cometer crimes a fim de conseguir meios financeiros para adquirir a droga. Mesmo sem a liberação da droga para consumo, isso já é um problema.



Espero que tenha ajudado. Se houver dúvidas e/ou sugestões, sintam-se à vontade para comentar ou entrar em contato.